Desenganem-se se acham que só vou falar maravilhas do jogo, não se deixem enganar pela frase inicial da análise. Este jogo tem alguns problemas mas, no meio do maravilhoso mundo de Nova Iorque construído pela Insomniac, são quase residuais. Mas uma coisa de cada vez.
Primeiro falemos na história. E embora estejamos a falar num jogo, podíamos perfeitamente estar a falar num filme do Marvel Cinematic Universe, já que a forma como o jogo se desenrola, temos a sensação de estar a assistir a uma (bem) longa metragem do Aranhiço. A sério, até as cenas de pós-créditos e a habitual cameo do Stan Lee temos e tudo!
Stan Lee, co-criador de Spider-Man, numa cameo no jogo | Foto: GeekStorm |
Com Wilson Fisk preso, o vácuo deixado pela sua ausência começa a ser ocupada pela organização dos Demónios, liderada pelo Mister Negative, que nos é apresentado no início do título como o filantropo Martin Lee, patrão da Tia May. O objetivo do Mister Negative é vingar-se do Presidente da Camara, Normal Osborn, a quem culpabiliza pelas desgraças da sua vida.
Martin Lee, o Mister Negative, um dos vilões deste jogo | Foto: Gizmodo |
Otto Octavius, o Dr. Octopus, a mente por trás dos Seis Sinistros | Foto: Digital Trends |
A história é consistente e vai-se "renovando" de tempos a tempos, sendo que no final ficamos com a sensação de que todas as dúvidas que se foram levantando, ficaram respondidas. Elementos como a história paralela do Miles Morales e do relacionamento entre Peter Parker e Mary Jane Watson vão sendo introduzidas aqui e ali, de forma a deixar a progressão respirar sem que o foco seja sempre em dar no canastro dos maus da fita.
O relacionamento entre Peter Parker e Mary Jane é tema abordado na história do jogo | Foto: GeekStorm |
No combate, há apenas 4 aspetos que temos de saber: atacar, puxar, desviar e atirar teias. Embora só haja estas 4 funções, ao longo do jogo vamos desbloqueando varias habilidades e movimentos que vão tornando as batalhas muito mais dinâmicas e intensas, mas como vamos aprendendo aos poucos estes novos movimentos, tornam-se extremamente naturais quando os queremos utilizar.
Miles Morales é uma das personagens jogáveis deste título | Foto: PlayStation |
Graficamente, não é possível apontar defeitos a este jogo. Embora esteja otimizado para a PS4 Pro, o jogo não sofre a correr numa PlayStation 4 tradicional, não apresentando quebras na framerate nem baixa de qualidade em nenhum momento. Apenas a apontar a água que é mostrada a correr (não, não estou a falar nas polémicas poças de água) poderiam ter uma textura mais trabalhada, num dos momentos do jogo, durante uma cutscene, quase que parece um monte de teias a serem libertados e não água a jorrar duma boca de incêndio. Os diferentes fatos que podemos desbloquear do Spider-Man estão bem trabalhados, com muitos detalhes e o mais correto possível.
Graficamente apelativo, mas sem grandes surpresas | Foto: PlayStation |
A introdução da personagem da Yuri Watanabe foi uma lufada de ar fresco e uma excelente forma de ajudar na progressão da história. Apesar de aparecer apenas 2 vezes ao longo do jogo, conseguimos criar uma ligação afetiva com ela.
Mas nem tudo são rosas. Para além do problema de jogabilidade já referido, questões com alguns bugs também prejudicam o título. Por exemplo, os inimigos não chegarem a sair dos edifícios, ficando perpétuamente presos atrás das portas ou paredes, podem prejudicar as missões, obrigando a algumas habilidades para os tentar derrotar, sob penalização de não conseguir progredir decentemente no jogo, ou até a ter que recomeçar a missão.
Outro problema que aponto, é para o facto do bloqueio da linguagem. Senti isso especialmente na pele, por ter comprado a Edição de Colecionador. Incrivelmente, esta edição veio com o jogo em Inglês, ao invés da versão Portuguesa. Isto não seria problemático, caso o jogo permitisse que a linguagem fosse alterada, mas esse não é o caso. Vi-me obrigado a contactar a loja onde comprei para poder ter um disco da versão portuguesa e, assim que a tive, vi-me forçado a recomeçar o jogo, pois as diferentes línguas não são compatíveis uma com a outra. Para a maioria das pessoas, este não terá sido um problema, mas para quem gastou mais dinheiro pela edição de colecionador e viu-se a braços com esta questão, é algo que a Sony deveria tentar garantir que não volta a acontecer.
Análise feita com base num disco final do jogo, adquirida através da Edição de Colecionador |
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